A hérnia é um defeito da parede abdominal. Pode ocorrer em toda linha média do abdome, incluindo o umbigo, nas regiões inguinais (virilha), na região da borda lateral do músculo reto-abdominal (hérnia de Spiegel) e no chamado trígono muscular posterior (hérnia de Grynfelt) – esse último é considerado um tipo mais raro.
O tratamento das hérnias consiste no fechamento desse defeito. Sempre feito através de cirurgia, que pode ser feita de várias maneiras.
A cirurgia de correção das hérnias evoluiu muito nos últimos 30 anos. Até a década de 90 existiam várias técnicas para corrigir uma hérnia inguinal. Cada cirurgião da época pegava uma estrutura anatômica da região inguinal e suturava ou seja ‘costurava’ em outra próxima, variando as estruturas, tipo, local de sutura, e assim criando uma técnica com seu nome.
Existe um ditado em cirurgia que diz: quando existe algo que pode ser feito de várias maneiras ou é porque todas dão certo ou porque nenhuma presta. No caso específico das hérnias inguinais nenhuma prestava. O motivo é porque em todas as técnicas existiam sutura sob tensão. O problema é que o defeito é da estrutura, não adianta suturar tecidos com “defeito” porque vai ser um reparo com “defeito”. A chance da hérnia voltar era mais de 20 %, chamamos isso de recidiva.
No final da década de 90 um americano chamado Lichtenstein que percebeu essa falha da estrutura (tecido) e propôs uma técnica, que leva o seu nome, na qual colocamos uma tela de polipropileno acima do defeito corrigido, desse modo fazendo um reparo sem tensão. A tela faz uma fibrose que reforça a parede da região. Uma técnica simples e eficaz que revolucionou a cirurgia das hérnias, baixando os índices de recidiva próximos a 1 %. Ainda hoje é uma técnica amplamente utilizada.
Com o advento da laparoscopia também no final da década de 90 começo dos anos 2000, começaram a se desenvolver as técnicas laparoscópicas para correção das hérnias.
No começo, foi difícil entender a anatomia da região inguinal vista por dentro da cavidade abdominal, mas com o tempo e o desenvolvimento de materiais adequados temos hoje técnicas laparoscópicas factíveis, seguras e com ótimos resultados, com as vantagens da laparoscopia na recuperação do paciente.
Por fim com a Robótica temos hoje um acesso melhor, mais ergonômico e muito bem indicado em hérnias incisionais grandes, volumosas e ainda nas inguinais bilaterais com a vantagem de não precisar usar fixadores de tela como na vídeo convencional, o que diminui ainda mais a dor no pós-operatório e consequentemente facilita a recuperação do paciente.
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