Você sabia que o câncer de esôfago apresenta a terceira maior taxa de letalidade, atrás apenas dos tumores malignos no pâncreas e na vesícula biliar? Mas quais são os motivos de ser tão agressivo?
Isso está ligado a alguns fatores, como as próprias características do órgão, que diferem de outros do aparelho digestivo. O esôfago só tem duas camadas de tecido (a mucosa e a muscular) e não conta com a serosa, a camada de fora, presente no intestino e no estômago, por exemplo.
O câncer de esôfago surge quando as células do revestimento do órgão, que liga a garganta ao estômago, começam a crescer de forma descontrolada. Ele pode se originar em qualquer ponto do esôfago e se infiltrar nas camadas adjacentes.
Outra questão que deve ser levada em conta é que o câncer no esôfago não causa sintomas em fases iniciais, e o diagnóstico em pessoas assintomáticas é raro.
Segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer), o câncer de esôfago é o sexto mais frequente entre os homens e o 15º entre as mulheres, excetuando-se o câncer de pele não melanoma. No mundo, ele é o oitavo mais frequente, e sua incidência em homens é cerca de duas vezes maior do que em mulheres.
O INCA estima 10.990 novos casos de câncer de esôfago no Brasil a cada ano.
Os tipos de câncer no esôfago
O mais comum é o carcinoma epidermóide, responsável por 96% dos casos. Apesar de mais raro, o adenocarcinoma vem aumentando significativamente, devido ao aumento dos casos de obesidade e de refluxo gastroesofagiano.
O exame mais indicado para diagnóstico dos tumores de esôfago é a endoscopia digestiva alta, que permite enxergar o órgão por dentro e retirar amostras de tecido para exame anatomopatológico, em caso de detecção de lesões suspeitas.
Se o diagnóstico for confirmado, podem ser realizados outros exames – como tomografia computadorizada, PET-TC, broncoscopia, ecoendoscopia e ultrassom – para saber se as células cancerosas estão confinadas na camada superficial que reveste o esôfago; se já atingiram as camadas mais profundas do esôfago; o sistema linfático e os órgãos vizinhos, como estômago, brônquios e traqueia; além de verificar se existem metástases em outros órgãos, como pulmões, fígado e ossos.
O tratamento pode ser feito por cirurgia (opção mais comum quando o tumor está restrito ao esôfago), radioterapia e quimioterapia, quando o tumor não pode ser completamente extraído.
Sintomas do câncer de esôfago
Alguns sinais da doença são a dificuldade de deglutição (disfagia), causada pela obstrução da passagem dos alimentos e líquidos pelo tumor; dor no peito, com sensação de pressão ou queimação na região; e perda de peso sem causa aparente ou mudança de dieta, que ocorre pelos problemas na deglutição, redução de apetite e alterações no metabolismo.
Outros sintomas que geram alerta são rouquidão persistente, tosse frequente, vômitos e até sangramento, em casos mais graves. Em todas essas ocasiões, é importante procurar um médico para avaliar o quadro.
Fatores de risco e prevenção do câncer de esôfago
As causas da doença costumam estar associadas a fatores como:
– Consumo de bebidas muito quentes, acima de 65 graus;
– Consumo de álcool;
– Tabagismo;
– Excesso de gordura corporal, que causa refluxo e alterações metabólicas;
– Exposição frequente a ambientes com radiação ionizantes, como raio-X, e vapores químicos.
A adoção de hábitos saudáveis é a principal arma para prevenir o câncer de esôfago. Não fumar, consumir bebidas alcoólicas com moderação, ter uma dieta saudável, praticar atividades físicas e controlar o peso são atitudes que ajudam a evitar essa e outras doenças.
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