A cirurgia robótica vem sendo cada vez mais adotada, em diferentes especialidades médicas, mas muita gente fica na dúvida se a utilização de robôs para ajudar o cirurgião pode ser feita em qualquer procedimento.
No caso das cirurgias do aparelho digestivo, teoricamente todas podem ser feitas por via robótica, salvo em algumas situações específicas do quadro do paciente, em que tenha condições fisiológicas raras limitantes para a realização do procedimento.
O que pode ocorrer é a conversão, em razão de alguma intercorrência ou adversidade encontrada durante o procedimento. Nesses casos, a cirurgia começa pela robótica e é convertida para videolaparoscopia ou cirurgia aberta.
Por isso, vamos tentar explicar melhor em quais casos ela vem sendo usada com êxito. Acompanhe!
Cirurgias robóticas no aparelho digestivo
Em cirurgias complexas, em que há partes difíceis de acessar, ela é especialmente útil. No caso dos procedimentos relacionados ao aparelho digestivo, suas principais indicações são: cirurgia bariátrica, endometriose, refluxo gastroesofágico complexo, hérnias abdominais, diástase da parede abdominal, câncer colorretal, vesícula biliar, colectomia, câncer de esôfago e cirurgias do fígado, pâncreas e vias biliares.
A cirurgia no aparelho digestivo é considerada um procedimento complexo, com necessidade de acesso à cavidade abdominal, na qual estão localizados órgãos e vasos nobres. Com o auxílio de robôs, é possível separar tecidos, selar vasos e, ao mesmo tempo, utilizar as pinças articuladas, facilitando o procedimento.
A cirurgia robótica tem sido utilizada com frequência crescente em operações do esôfago, cólon, pâncreas e estômago.
Quais outros tipos de cirurgia podem ser feitas com auxílio da robótica
A cirurgia robótica também é utilizada em procedimentos urológicos (cistectomia, prostatectomia), cardíacos (bypass coronariano, valvoplastia mitral), da coluna (inserção de parafuso pedicular para estabilização, reparo de vértebras lombares e lombossacrais), ginecológicos (cânceres de ovário e cervical), cabeça e pescoço (implante coclear), entre outros.
Segundo os dados mais recentes fornecidos por representantes do setor, o número de cirurgias realizadas com o auxílio da plataforma robótica no Brasil aumentou 12,5%, de 2021 para 2022 (saltou de 24 mil para 27 mil). Com a popularização dos aparelhos e o consequente custo mais baixo para o paciente, a tendência é de um panorama de crescimento ainda maior nos próximos anos.
Como é feita a cirurgia robótica
A inovação trazida com a participação de robôs em cirurgias não diminui em nada a importância do cirurgião, que é quem realiza todos os movimentos em uma espécie de joystick. Ou seja, o robô não faz nada sozinho.
A cirurgia robótica envolve um protocolo especial de segurança. Um dispositivo especial pode pausar a máquina no caso do médico detectar condições imprevistas. E a prática só pode ser feita por especialistas capacitados, que passaram por treinamentos na plataforma e se mantêm atualizados em relação às novidades do sistema.
Vantagens da cirurgia robótica
Esse tipo de procedimento oferece benefícios como menor tempo de internação, redução do risco de infecções, cicatrizes menores e pós-operatório mais tranquilo. Por ser menos invasiva, costuma gerar menor tempo de internação e recuperação.
Para o médico, a precisão e a visão tridimensional fornecidas pelos sistemas robóticos permitem mais segurança e eficácia, especialmente em procedimentos complexos. Além disso, a tecnologia gera maior ergonomia para toda a equipe médica.
Existem riscos e contraindicações nas cirurgias robóticas?
Toda cirurgia oferece riscos, mas no caso das robóticas, eles são minimizados. Quanto às contraindicações, como em todo procedimento, precisam ser analisadas as condições clínicas atuais e o histórico médico do paciente.
Somente um médico especializado pode dar um diagnóstico seguro para cada caso, avaliando a viabilidade de utilização da plataforma robótica.
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