O refluxo ácido (também chamado de refluxo gastroesofágico) é o retorno involuntário do conteúdo do estômago para o esôfago, que costuma causar queimação, azia e gosto azedo/amargo na boca e garganta.
O refluxo ácido é diferente do fisiológico, bastante comum em bebês, que ainda estão desenvolvendo seu sistema digestivo. Apesar de ser uma condição que incomoda bastante, podendo durar anos, para desespero dos pais, o refluxo fisiológico não costuma ter consequências mais graves e não deve haver preocupação se a criança estiver ganhando peso e não tiver outros sintomas de alerta.
Nos adultos, se não for tratado, o refluxo ácido podem causar úlceras e cicatrizes na parede do esôfago, além de complicações como inflamações e até desgaste dos dentes. Em quadros mais graves, pode gerar câncer no esôfago.
Quando o problema se torna crônico, os especialistas consideram que o paciente desenvolveu a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), uma das mais comuns patologias digestivas, que afeta aproximadamente 16% da população brasileira.
A repetição dessa condição pode gerar outros problemas relacionados, principalmente inflamações como faringite, laringite, otite e sinusite.
Sintomas de refluxo ácido
– Queimação subindo da boca do estômago até a garganta;
– Sensação de alimentos voltando do estômago para a boca;
– Gosto azedo/amargo na boca;
– Sensação de bolo na garganta;
– Azia, náusea e vômitos;
– Dor torácica intensa;
– Doenças pulmonares de repetição, como pneumonia, asma e bronquite;
– Tosse, rouquidão ou pigarro frequente;
– Dificuldade para engolir alimentos.
Esses problemas podem surgir por fatores como alterações no esfíncter que separa o esôfago do estômago; hérnia de hiato provocada pelo deslocamento da transição entre o esôfago e o estômago; fragilidade das estruturas musculares da região ou fatores genéticos.
Pacientes com quadros mais graves podem ter a sensação de afogamento noturno, quando volta uma grande quantidade de ácido em direção à boca, ou espasmo de glote, quando uma contração muscular fecha a glote (espaço entre as pregas vocais) e causa sensação de asfixia.
Tipos de tratamento para refluxo
Quando há suspeita de refluxo, o médico faz uma avaliação clínica e pode solicitar exames como endoscopia, colonoscopia, ultrassom e pHmetria.
O tratamento pode ser clínico ou cirúrgico, dependendo da gravidade do refluxo. O médico pode indicar remédios para reduzir a acidez no estômago e indicar algumas mudanças de hábito. Algumas medidas que auxiliam a aliviar o incômodo são:
– Perder peso;
– Evitar alimentos e bebidas que irritam o sistema digestivo (bebidas alcoólicas e gaseificadas, café, alimentos ricos em gordura, cítricos, etc.);
– Fazer refeições mais leves;
– Evitar ingerir líquidos durante as refeições;
– Fracionar a dieta, com menores quantidades de comida em intervalos menores;
– Não se deitar após as refeições;
– Não fumar;
– Praticar exercícios físicos;
– Controlar os níveis de estresse;
– Não usar roupas apertadas na região abdominal;
– Deitar-se sobre o lado esquerdo do corpo;
– Erguer a cabeceira da cama.
A cirurgia para o refluxo gastroesofágico (fundoplicatura) costuma ser indicada nos casos mais graves, em que outros tratamentos não trouxeram melhorias nos sintomas. Somente um médico especializado poderá fazer o diagnóstico e indicar o tratamento mais adequado para cada paciente.
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